Canteiro Aberto – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Pirenópolis
A Matriz de Pirenópolis foi tombada como Patrimônio Histórico pelo IPHAN em 1941, tendo havido, a partir dessa data, diversos reparos nesse belo prédio, sendo que, entre 1996 e 1999, foi concretizada uma grande restauração.
No dia 5 de setembro de 2002, esse símbolo da cidade e do barroco goiano sofreu um acidente catastrófico: um grande incêndio, do qual ainda não se conhece o motivo definitivo, varreu, em chamas, todos os requintes interiores e obras desse acervo, restando dela somente sua fachada e paredes externas
Uma imensa tristeza abateu sobre a cidade e os pirenopolinos viram sua bela praça e Igreja, marco maior dessa cidade, destruídas e transformadas em cinzas e ruínas.
A partir desse acontecimento, diversas reuniões entre a comunidade, governo local e IPHAN foram realizadas. Muitos não acreditavam na possível reconstrução do monumento. Achavam que a destruição teria sido tamanha que nada mais havia a ser feito.
Mas, felizmente, decidiram pela reconstrução total da Igreja e prontamente o IPHAN atendeu ao pedido feito pela comunidade e, na sequência, uma força tarefa foi formada, seguindo-se pela construção de uma cobertura montada para evitar que a chuva atingisse diretamente as paredes de adobe e viessem a destruir o que restou.
Sua reconstrução — e restruturação — foi feita em um projeto de canteiro aberto com a visita e a participação de turistas e da sociedade. Foi construído um canteiro digital para que os novos artesãos e artífices pudessem trabalhar sobre as imagens da Igreja original. Assim, uma reconstrução se fez nascer e surgiram novos construtores conhecedores de técnicas seculares, como o adobe de pilão e a taipa. A presença de alguns carpineiros (hábeis em madeira e entalhes) fez nascer, na cidade, uma legião de novos artistas da madeira entre aqueles jovens que ajudaram na reconstrução desse importante prédio.